quarta-feira, outubro 04, 2006

Cidade


Viver na cidade grande é sempre não estar. A cidade somos nós, por isso não podemos nos encontrar nela, precisamos sempre sair. Estar fora para vermos o seu entorno.Interior atingido pela exterioridade; o campo, o espaço aberto, o parque, o aeroporto - exterioridades no interior da cidade. Linhas de fuga necessárias, pontos de encontro. Lugares fixos na cidade sempre móvel. Assim, por estarmos tão imersos nela fabricamos sua exterioridade. O parque, o campo, o espaço aberto e o aeroporto são os pontos em que as linhas se convergem e se dispersam, os nós de ligação de uma geografia do desencontro.

O curta-metragem do diretor Rafael Gomes, Alice, ganhador de diversos prêmios, mostra muito bem a cidade como o lugar da busca, do desencontro, da velocidade e da mobilidade. Notem que os pontos de encontro são fixos, porém a mobilidade impede qualquer estabilidade. Os personagens estão sempre de partida, assim como nós.

3 comentários:

Juliana disse...

Agora você me obriga a ficar na net pra semper, percorrendo tantas janelas, tantas entradas, tantas possibilidades...

Leocartunista disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

***

Você foi muito feliz em pinçar essa matéria do professor unindo-a à matéria do jornal O Popular.
Editamos um jornal em Sumaré e Nova Odessa, SP, e reproduzimos tal matéria.
Passado algum tempo leitores simpatizantes para com o professor nos procuram às vezes a respeito do caso. Por acaso você sabe o que aconteceu com ele?
Cordialmente, Eurípedes de Freitas: contato@ocampeao.com