Nestes tempos de fim do cd, paradoxalmente, aumentei meu consumo deles. O acesso ao .mp3, via torrents, emules e cia., permitiu-me aumentar consideravelmente meu universo musical. Se antes eu vivia de reciclagens de gostos antigos, hoje consigo garimpar na net não só os históricos discos de rock/jazz/mpb como me localizar com certa desenvoltura no que há de mais novo no mundo da música pop. Assim, estou tornando-me um consumidor voraz de música - para cada Freak Out! baixado, um Sky Blue Sky é ouvido. Entretanto, como disse acima, meu consumo de cds aumentou. Devo ser um louco.
Explico: a "moda" do Lp não me cativou; primeiro, porque não possuo um grande tocador de Lps e o som daqueles tocadores comuns de Lps não ajuda em nada; segundo, a maioria dos Lps encontrados em sebos não estão em boas condições e são relativamente caros. Quer dizer, somando-se o primeiro motivo com o segundo temos algo próximo do insuportável. Tenho alguns Lps, sim, em casa, mas somente por motivos decorativos e/ou de "pesquisa". Enfim, enquanto não possuir uma grana boa para investir em um bom toca-discos e discos de qualidade continuarei comprando cds. Querendo ou não, é mais fácil conseguir um cd com som melhor.
Mas afinal de contas por qual motivo continua comprando cds se pode ter acesso à eles de graça na net? - perguntaria um eventual leitor. Pelo simples motivo de que ter uma coleção de cds é demais! Não, não sou tolo. Como qualquer pessoa comum, dificilmente compro cds a preços proibitivos. Sempre prefiro comprar um dvd ou um livro ao preço de 40 dinheiros do que um cd. Sempre. Quando compro cds o faço quando é um cd histórico - tipo esta coleção da Som Livre, ou clássicos do rock - e/ou está com um preço amigável; ou seja, menos de 30 paus...
Enfim, estou com um coleção não muito grande de cds em casa, mas tenho certo prazer em tê-la; tipo é aquela coisa: é pequena mas é minha.
Moral da história: .mp3 é legal (e muito!) mas poder "tocar a música" é muito mais - é muito boa a sensação de tirar o cd da caixa enquanto a música toca e folhear o encarte, reparando na arte e, vez ou outra, conferir quem tocou qual instrumento em determinada faixa ou quem produziu o álbum. Enfim, é bem provável que eu seja, na melhor das hipóteses, uma espécie neo-romântico ou, desconfio, algum maníaco; mas o fato é que, nesta altura do campeonato, continuo comprando cds; e o melhor... com certo prazer!!! =)
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4 comentários:
tou contigo, grão-vizir. a arte da capa, as informações das faixas, os orgasmos múltiplos ao abrir o plastiquinho, o próprio disco físico, que é uma peça de coleção bem mais palpável, tudo isso paga o preço (justo) de um disco compacto. eu também comprei muito mais cedês depois do mp3. a razão é uma só: contemporaneamente ao lançamento do formato mp3 pelo instituto fraunhofer e sua posterior explosão napsterística, eu comecei a ganhar meu sustento com o suor do meu rosto (uau, hein?). aí coincidentemente passávamos pelos áureos tempos da Internet, aquela fase pré-bolha, quando os discos de R$ 10 eram maioria nos sites. aliado a isso, tinha o sebo de Marcelo - a saudosa Velvet Discos, em Natal - onde eu abastecia minha coleção. Esta que, tempos depois, foi saqueada por gatunos. E agora me deu uma vontade de chorar da porra. :~
btw, esse disco do baden tu tem em vinil é?
p.s.: quer tirar esse Snap chato do blog não? hehe
não: infelizmente não tenho o disco do Baden em vinil. mas se tu quiseres me dar, aceito de bom grado! :P
sim: eu sei, esse Snap é chato, já estava querendo tirar; parece uma mosca pentelhuda no meio do blog.
Esse waka-jawaka é sensacional, uma das (muitas) preciosidades do mestre Zappa. Dias atrás escrevi um post que tem a ver com o seu, mas indo a meu ver na linha oposta. Pra mim, toda essa tecnologia está nos livrando de um fetichismo que não serve pra nada. Hoje prefiro não ter nada, mas saber onde tá tudo. Sacou?
Depois confere lá: http://www.escriba.org/blog/2007/03/18/musica-sem-fetiche/
abração!
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